domingo, 3 de maio de 2020

O Peso da Angústia




Medo e desânimo. O que me ocorre? Às vezes o desânimo parece sentar em cima de mim com um peso de um elefante, fico inerte e sem vontade pra nada, a preguiça e o medo é tanto que até levantar da cama é uma dificuldade. Tem dias que o medo me segura como uma camisa de força, e por mais que eu lute, perece que as coisas não rendem, simplesmente a coragem parece ser pouca ou ter desaparecido, aonde esta a minha coragem?
Num dia comum, normal, às vezes bonito, num momento qualquer em casa, no shopping, no banho, descansando, deitado e seguro ao lado da minha mulher numa noite normal, num dia bonito em uma reunião com a família, a angústia pesada e apavorante vem como um caminhão em cima de mim numa rodovia. Sem motivo aparente algum, sem nenhuma razão clara, simplesmente sinto como se fosse explodir, como se estivesse enlouquecendo.
O que houve com a minha coragem? Onde está a minha energia de vencer e de desbravar o mundo? Onde está a minha ânsia em ser livre como Freddie Mercury gostava de ser? Onde está meu desejo de vitória e de aprender com tudo e com todos? Sumiu? Acredito que não. Num momento de pavor aleatório, que atualmente é bem frequente principalmente no trabalho, é válido eu analisar os motivos que me levam a tal infortúnio. Será que a pressão em ser bom e eficiente me afoga? Será que o medo em perder o emprego me apavora? Será que minha fé em Deus está ausente nesses momentos? O que acontece comigo de fato? Sinceramente acredito que a resposta é oriunda de mais de uma fonte.
De qualquer maneira, mesmo levantando hipóteses sobre meu medo intenso e aprisionador não posso negar uma coisa, o quanto estou enganado sobre minhas próprias faculdades e capacidades! O quanto estou desrespeitando minha inteligência e talento. É ser arrogante assumir que sou sim talentoso? É ser prepotente reconhecer os próprios méritos e competências? É ser arrogante dizer que eu sou sim capaz de cumprir a missão que eu atingi o patamar para receber? Cadê meu reconhecimento em saber que tenho sim condições de vencer, de que sou bom e posso ser mais ainda? Se sou tão crente em Deus assim onde está a minha confiança nele? Se Deus é inteligência suprema, causa primária de todas as coisas, Deus é bom, do contrário toda a criação pereceria e não teria rumo. Se Deus é tão maravilhoso e inteligente e presente para toda a sua criação, eu estaria vivendo um problema, um desafio que não sou capaz de superar? Onde está Deus na minha vida nesses momentos, o gato comeu? Certamente que não! Essa é a contradição insana que eu me vejo quando estou com esse medo desgraçado duma figa. Essa expressão é um desabafo do meu descontentamento com esse medo maldito que me atrapalha tanto! Preciso erradicá-lo da minha vida, pois ele me trava ao invés de me proteger, mais trava que protege.
Existe uma razão inversamente proporcional entre o medo e a fé, quanto mais haver um, menos o outro existirá. E assim é com a fé e o medo, se vem o medo, preciso lutar com fé e razão para enxergar que isso não tem poder sobre a minha vida! Que sou sim capaz de vencer e superar meus desafios, pois tenho condições disso! Vivemos aquilo que precisamos viver e que Deus permitiu! Mesmo que não entendamos, não devemos nunca duvidar de Deus e de seus projetos! Por mais difícil que seja, Deus é presente e justo, nossa vitória é certa e devemos lutar e continuar a trilhar nossos caminhos e viver nossas vidas.
Comparações, o terrível hábito de se comparar com o outro sem conhecer a sua trajetória, é a mesma coisa que comparar um troféu duma competição que não disputei! É injusto e novamente insano! Não tem lógica e essas comparações só servem para se machucar e se autossabotar. Não devo me comparar, e sim refletir como posso empregar a mesma coisa na minha vida, cada pessoa tem sua rota, méritos, derrotas e vitórias próprias, se vejo vitória houve uma história que devo respeitar e respeitar o meu tempo de conquistar e de viver minhas próprias histórias.


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